"Por que o governo deveria dar prioridade à primeira infância no Renda Brasil”
Com este título Fernanda Trisotto em 28/08/2020 publicou um artigo na Gazeta do Povo, que pode ser encontrado no endereço abaixo:
https://www.gazetadopovo.com.br/economia/primeira-infancia-prioridade-renda-brasil/?ref=veja-tambem Copyright © 2020, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.
Na parte final do artigo é mencionado:
"Criado em 2017, Criança Feliz é elogiado"
"O Brasil já tem uma ação voltada à primeira infância: o Criança Feliz é considerado o maior programa de acompanhamento familiar para desenvolvimento infantil do mundo. Seu foco está justamente nas crianças de até 6 anos, que recebem visitas para acompanhamento. Aos pais são oferecidos instrumentos para que estimulem o desenvolvimento cognitivo, emocional e psicossocial dos filhos."
"A ação começou em 2017, a um custo anual de R$ 207 milhões. Em 2019, o recurso para o programa era de R$ 377 milhões, e já havia possibilitado o atendimento a mais de 800 mil crianças. A meta do Ministério da Cidadania era de chegar a 2022 com 3 milhões de beneficiários. Até março de 2020, 2.927 cidades faziam parte do programa e outras 1,2 mil eram consideradas aptas. A metodologia da ação, que consistia em visitas, precisou ser adaptada por causada pandemia da Covid-19."
"Naercio Menezes Filho, do Insper, avalia que o Criança Feliz é uma excelente iniciativa, alinhada com os programas mais modernos da área, porque combina visitas domiciliares e capacitação dos pais para interagirem com as crianças. Mas pode melhorar, combinando outras ações em um só pacote, como ações de transferência de renda e de saúde, a exemplo do que já é feito no programa Saúde da Família. "São várias políticas separadas, com públicos diferentes. Precisamos fazer algo coordenado", diz o especialista."
Meus comentários:
Na realidade o governo brasileiro vem dando prioridade à primeira infância, como informei em dezembro de 2019 em PROGRAMA CRIANÇA FELIZ RECEBEU O WISE AWARD CONFERIDO PELA “QATAR FOUNDATION (clique aqui) mas também vem dando prioridade à primeira infância através da PNA (POLÍTICA NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO) criada em 2019 através da Secretaria de Alfabetização (SEALF) dirigida por Carlos Nadalim.
O Programa CONTA PRAMIM
da PNA http://alfabetizacao.mec.gov.br/contapramim
já permite que as famílias participem dessa preparação para alfabetização e se
for feito em conjunto com o programa Criança Feliz, permitirá que as famílias
assistidas pelo Bolsa Família com crianças até 3 anos de idade (em alguns casos
até 6 anos), também sejam preparadas para isso.
A partir de 2022 com a
inclusão da PNA no PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático)
serão distribuídas obras didáticas, literárias para estudantes, professores e
gestores da educação infantil e obras pedagógicas de preparação para a
alfabetização.
Não é à-toa que o
governo francês, em 2019, tornou OBRIGATÓRIA A MATRICULA EM ESCOLAS MATERNAIS A
PARTIR DOS TRÊS ANOS DE IDADE e criou o CSEN (Concelho Científico da Educação
Nacional) constituído por vinte cientistas, sob a presidência de Stanislas
Dehaene.
Um dos motivos para a
criação do CSEN é permitir que a Escola se beneficie das contribuições da
pesquisa e da inovação porque o PROGRESSO RECENTE NO CAMPO DAS CIÊNCIAS
COGNITIVAS CONTRIBUIU PARA UM MELHOR CONHECIMENTO DO FUNCIONAMENTO DO CÉREBRO
DA CRIANÇA E DOS MECANISMOS DE APRENDIZAGEM, ESPECIALMENTE NA LEITURA.
O Wall Street Journal ao
comentar o livro “Os Neurônios da Leitura” de autoria de Stanislas Dehaene diz
que o livro revela “COMO DÉCADAS DE ESTUDOS E DE EXPERIÊNCIA COM TECNOLOGIA DE
IMAGENS CEREBRAIS AJUDARAM A DESVENDAR O MISTÉRIO DA LEITURA E SEUS PRINCIPAIS
COMPONENTES”.
Dehaene, por sua vez, na
conclusão de seu livro afirma que não pretende que “as neurociências acabem com
as dificuldades pedagógicas”, mas “OS PAIS E EDUCADORES PRECISAM TER UMA IDEIA
CLARA DAS MUDANÇAS QUE A LEITURA OPERA NO CÉREBRO DA CRIANÇA” e que isso não
significa que “as neurociências substituam a psicologia experimental e a
pedagogia”, permanecendo “os professores como os únicos mestres a bordo que
deverão despertar as crianças para a leitura através das mais diferentes
formas, enfrentando dificuldades que requerem um domínio pedagógico que
respeita profundamente”.
Afirma também que:
“Ninguém deveria
igualmente ignorar que certas questões estão firmemente resolvidas. Assim,
SABE-SE HOJE QUE OS MÉTODOS GLOBAIS OU IDEOVISUAÍS NÃO FUNCIONAM: todas as
crianças, independente de sua origem social, se beneficiam de uma aprendizagem
explícita e o mais precoce possível das correspondências entre grafemas e
fonemas de sua língua. É um fato estabelecido, sustentado por numerosas
experiências pedagógicas, coerente com nossa compreensão sobre a organização do
cérebro do leitor. VOLTAR ATRÁS SOBRE ESSE PONTO, SOB O PRETEXTO DE
EXPERIMENTAR OU DE EXERCER A LIBERDADE DE ENSINO SERIA CRIMINOSO.”